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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Diferenças entre a nutrição de um atleta e de um sedentário

Parte II - Micronutrientes 

Na primeira parte da publicação falamos dos três macronutrientes fundamentais na alimentação dos atletas. Nesta segunda parte iremos abordar os micronutrientes e perceber o impacto da sua ingestao (excesso e falta).

Vitaminas 

Os atletas têm maiores necessidades de ingestão de algumas vitaminas. 
As vitaminas do complexo B são muito importantes na nutrição do atleta, pois participam no metabolismo dos glícidos, lípidos e proteínas, na produção de células sanguíneas e no metabolismo do sistema nervoso, por exemplo. O atleta ao necessitar de uma maior estimulação do seu sistema energético, conduzindo a uma maior utilização de glícidos como fonte energética principal, a uma síntese proteica mais intensa e eficaz e uma maior produção de glóbulos vermelhos (que lhe permite uma maior capacidade de transporte de oxigénio), carece de quantidades mais elevadas de ingestão de vitaminas do complexo B. Os requisitos de vitaminas B1 e B2 são diretamente relacionados com a quantidade de glícidos utilizados no metabolismo e a deficiência de vitamina B12 e ácido fólico pode conduzir a uma anemia. 

As vitaminas A,C e E funcionam como antioxidante exógenos neutralizando os radicais livres de oxigénio e evitando a instalação do stresse oxidativo. Normalmente, atletas que realizam treino intenso e em zonas com poluição atmosférica intensa necessitam de maiores quantidades destas vitaminas. 

Minerais 

As necessidades dos atletas em minerais, são, em alguns casos, superiores às de um indivíduo sedentário. Os principais minerais que exigem uma maior ingestão serão abordados a seguir. 
Os atletas perdem grandes quantidades de sódio, potássio e cloro pela sudação, dai que tenha necessidades acrescidas de ingestão destes minerais. O sódio é o principal ião extracelular e desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio ácido-base e da pressão osmótica de líquido extracelular. O potássio é o principal ião extracelular e tem uma função muito importante na contratilidade dos músculos estriados e do miocárdio. O cálcio assume um papel importante no metabolismo ósseo e dos dentes, no funcionamento do sistema nervoso, na coagulação sanguínea e na contração muscular. Um défice de ingestão de cálcio associado a um défice de ingestão de vitamina D pode ocasionar uma diminuição da densidade óssea e desse modo predispor os atletas a fraturas de fadiga. 

O cobre, magnésio, zinco e selénio são oligoelementos que interferem na atividade antioxidante, pois atuam como cofactores de enzimas celulares responsáveis pela neutralização de radicais livres de oxigénio. 

Para finalizar, o ferro tem um papel importante na atividade física, pois participa no transporte de oxigénio, como componente da mioglobina (proteína transportadora do oxigénio no músculo), hemoglobina (proteína transportadora de oxigénio no sangue) e dos citocromos. Deste modo, as necessidades de ferro no atleta são superiores às do sedentário, pois tendo necessidades de oxigénio muito elevadas, necessitam de uma maior capacidade de o transportar. 

Suplementos farmacológicos de vitaminas e minerais 

Este tipo de suplementos não são necessários, pois um atleta com uma alimentação rica e diversificada e com uma boa educação nutricional consegue retirar dos alimentos todas as vitaminas e minerais de que necessita diariamente. Apesar do que referi anteriormente, no caso de existir um défice orgânico de vitaminas e/ou minerais, ou seja, no caso de o atleta não ter uma alimentação equilibrada, o rendimento desportivo pode diminuir sendo reposto a níveis normais através de uma adequada suplementação vitamínica. 

Não podemos concluir que a suplementação farmacológica de vitaminas e minerais melhora o rendimento desportivo, mas e um fato que pode corrigir deficiências vitamínicas e minerais. As situações particulares para as quais se justificam estes suplementos são: 
  • no caso de atletas com uma alimentação deficiente por má educação nutricional ou por razões económicas; 
  • atletas com aportes calóricos superiores a 4800 kcal; 
  • atletas com aportes calóricos inferiores a 2000 kcal; 
  • atletas praticantes de modalidade de endurance, principalmente durante períodos de treino e competição intensos, particularmente em climas quentes e húmidos; 
  • atletas vegetarianos e macrobióticos; 
  • atletas amenorreicas, necessitando muitas vezes de suplementos de cálcio; 
  • atletas predisposto a anemias ferropénicas, necessitando muitas vezes de suplementos de ferro;
  • atletas muitos influenciáveis do ponto de vista psíquico, onde estes suplementos podem ter efeito placebo muito importante. 

Na terceira e última parte falaremos da hidratação e da ingestão de fibras e avaliaremos o seu impacto na performance do atleta.

Eunice Jorge

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