Apesar da sua elevada incidência, a doença celíaca é muito pouco conhecida pela população portuguesa em geral e até mesmo dos próprios técnicos de saúde.
A doença celíaca caracteriza-se por uma intolerância ao glúten: proteína existente no trigo, centeio, cevada e aveia. Todas as vezes que o doente comer algo que tenha a referida proteína entre os ingredientes será vítima de uma reacção que danificará o forro do intestino delgado, os nutrientes não serão absorvidos apropriadamente, e isso desencadeará reações físicas. Esta é uma patologia que acompanha o doente durante toda a vida. A doença tem uma expressão muito evidente na criança e no adolescente e, embora esteja presente no adulto, é muito pouco diagnosticada.
Sintomas
Manifesta-se nas classes mais jovens, por diarreia, distensão abdominal, perda de peso e alguma irritabilidade, podendo ainda surgir associada à diabetes tipo 1 e à síndrome de Down. Porém, existem formas atípicas, principalmente no caso dos adultos, como alguns tipo de anemia, infertilidade e doença psiquiátrica, entre outras.
O que provoca a ingestão de glúten nestes doentes?
Quando ingerido, o glúten, ao chegar ao intestino, estimula a produção de anticorpos, principalmente as imunoglobulinas do tipo IgA. Elas actuam sobre as vilosidades do intestino, que se atrofiam e deixam de desempenhar a função de captação dos macro e micronutrientes. Como resultado, os nutrientes não absorvidos são eliminados com as fezes, e o organismo fica privado de nutrientes básicos, tornando-se desnutrido com o passar do tempo.
Forma de tratamento
A única forma de tratamento consiste em retirar o glúten da alimentação, o que pode ser problemático, tendo em conta a importância que o pão e os seus derivados tem na nossa dieta. Se é complicado no caso das crianças, ainda o é mais nos adultos, que têm de alterar os hábitos alimentares enraizados ao longo dos anos. Mas apesar das dificuldades, é necessário tratar a patologia, sob a pena de surgirem outras doenças, como determinados tipos de cancro.
É importante que estes doentes adiquiram algumas competências culinárias, para efectuar uma dieta equilibrada, isenta de glúten e de uma forma mais barata. Os produtos são caros, mas, se houver imaginação, podem elaborar-se - com farinha sem glúten ou substitutos como farinha de arroz ou milho, fécula de batata, amido de milho, entre outros - uma série de receitas de pão, bolos e biscoitos.
Se sofre desta doença e pretende obter mais informação, pode vistiar os seguintes links:
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