O que é nacional é bom, esta é a conclusão de mais um estudo!
A amora silvestre, é um fruto português benéfico para a saúde, nomeadamente na prevenção das doenças do envelhecimento e nas doenças neurodegenerativas. Por esse motivo, os cientistas do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica tentaram demonstrar o elevado valor nutricional e vários efeitos benéficos na memória e manutenção do estado cognitivo deteriorado com o envelhecimento que estes frutos têm.Os resultados obtidos mostraram que espécies de amoras silvestres, nativas de Portugal, em comparação com outras variedades comerciais representam uma mais-valia para um envelhecimento saudável, já que têm um efeito neuroprotector superior.
Cláudia Nunes dos Santos e Lucélia Tavares são as autoras do trabalho sobre as amoras. Segundo a investigadora do ITQB, “os compostos conhecidos por polifenóis, mesmo depois de submetidos a um processo que mimetiza a digestão alimentar, conseguem proteger neurónios de um stress oxidativo”. O stress oxidativo é um mecanismo comum a diversas neurodegenerações como Parkinson ou Alzheimer.
O potencial nutricional das amoras silvestres identificado neste trabalho visa o aumento do seu consumo pela população portuguesa, bem como a disponibilização de novas espécies com reconhecidas vantagens nutricionais. Assim, os cientistas esperam que o consumidor possa a vir adquirir frutos/nutracêuticos com um elevado valor nutricional verificado cientificamente em modelos celulares, sabendo que este constitui uma mais-valia na prevenção de futuras doenças neurodegenerativas.
Por último, estas espécies enquanto endémicas encontram-se bem adaptadas às condições edafo-climáticas portuguesas e ainda a subsistirem em condições de baixos inputs. A sua introdução em cultura permitirá a sua valorização e consequente protecção das espécies; e potencial adaptação a sistemas de cultivo com baixos inputs, um objectivo essencial numa agricultura sustentável de futuro.